Bolívia e Peru – [01/04/2011] Salar de Uyuni – 2º dia

♦ Acordamos cedo e tomamos um bom café da manhã com café com leite (tudo instantâneo…), pão com ovo, salada de frutas com creme de leite, cereais (aquela pipoca do saco rosa).

♦ Passamos pelo Salar de Chiguana que tem pouco sal e paramos na linha de trem que leva prata para Antofagasta no Chile. Brincamos nos trilhos e vimos o Vulcão Ollagua, semi-ativo, ou seja, só expele fumaça (os vulcões ativos emitem lava e explodem) e possui 5800m de altitude (1 dia de escalada pra ver a cratera). Estamos a 30min da fronteira do Chile e a 6h de Uyuni.

Salar de Uyuni – Salar de Chiguana – Vulcão Ollagua

Salar de Uyuni – Salar de Chiguana – linha de trem para o Chile – Livia nos trilhos

Salar de Uyuni – Salar de Chiguana – linha de trem para o Chile – Veronica, Ana, Livia, Fabinho e Dudu

Salar de Uyuni – Salar de Chiguana – linha de trem para o Chile – trem chegando

♦ Aprendemos a mascar a folha de coca! Não se mastiga; se coloca a folha entre a bochecha e os dentes e suga o líquido.

Salar de Uyuni – folhas de coca

♦ Paramos numa paisagem cheia de pedras feitas de lava vulcânica. Lá vimos plantas que só nascem acima de 4000m de altitude, que são as pajas, as llaretas (são duras e usadas como carvão quando secas) e uma outra espécie que não pude anotar o nome. Estávamos a 4200m sobre o nível do mar. Aqui a Ana perdeu a sola de um dos seus tênis e assumiu os chinelos do Fabinho.

Salar de Uyuni – plantas das alturas – Fabinho, Ana e Livia sobre as llaretas

Salar de Uyuni – Fabinho caminhando em meio a imensidão da natureza

Salar de Uyuni – Livia deitada e acenando no buraquinho da pedra

♦ Vimos uma viscacha dormindo na pedra. Parece um coelho mas com a cauda mais longa. Ela é um animal noturno: dorme de dia e sai a noite.

♦ Também vimos um grupo de vicuñas. Elas andam em grupos de 1 macho para cada 6 a 7 fêmeas. São como os camelos: ficam sem beber água por 2 a 3 dias.

♦ Começamos a temporada de lagunas do passeio. Uma mais linda que a outra. A Laguna Cañapa é branca em função do bórax. Fomos andar perto da margem e descobrimos que afunda e tem uma “graxa” preta. Sua água é quente e reflete as montanhas ao redor. Vimos nossos primeiros flamingos.

Salar de Uyuni – Laguna Cañapa – Livia, o nevado e seu reflexo

♦ A Laguna Hedionda também apresenta bórax mas seu nome se deve ao cheiro de ovo podre do enxofre. Tinha inclusive uma placa de proibido fumar com uma caveira e um bicho morto. Ela é branca e verde e também tinha flamingos. Linda apesar do fedorzinho.

Salar de Uyuni – Laguna Hedionda – paisagem de filme

Salar de Uyuni – Laguna Hedionda – nevado

Salar de Uyuni – Laguna Hedionda – flamingos

♦ No caminho, vimos uma raposa! Existem também pumas na região, porém eles só saem à noite. Eles são predadores das vicuñas.

Salar de Uyuni – raposa pertinho

♦ A Laguna Charcota é ocre e tóxica. Sua cor é marrom mas o vento faz as pedras corais ou águas marinhas subirem e lhe dá uma cor avermelhada.

♦ Paramos para almoçar na Laguna Honda. Absolutamente sensacional! O Lino montou um semi-círculo de pedras pra gente sentar e almoçar vendo a maravilhosa lagoa. A Ana, nossa cozinheira, fez nosso almoço delicioso. Eu e Ana experimentamos nosso momento de contato profundo com a natureza. Escolhemos um grande arbusto pra fazer pipi mas, ao nos escondermos atrás dele, verificamos que do outro lado da lagoa havia uma parede de jipes voltados pra nós. Peguei uma toalha e nos revezamos entre o arbusto e a toalha, tomando cuidado pra não molhar os pés. A Ana levou papel higiênico e lenços umedecidos (nossa salvação em vários momentos). Ficamos na dúvida sobre o que fazer com o papel usado e penduramos no arbusto. Foi quando descobrimos vários papéis pendurados: todo mundo tem a mesma ideia! Rsrs

Salar de Uyuni – Laguna Honda – Ana, Livia, Fabinho, Dudu e Verônica almoçando e Ana ao fundo

Salar de Uyuni – Laguna Honda – nossa vista do almoço

♦ Paramos no Deserto de Siloli a 4650m de altitude. A paisagem é impressionante com a Montanha Blanca e a Montanha de las Siete Colores. Parece um quadro de tão perfeita! Venta muito então faz frio apesar do sol. Me sentei no chão e por mim ficaria lá por um bom tempo… rsrs

Salar de Uyuni – Deserto de Siloli – Montaña de Las Siete Colores

♦ Continuamos até a famosa Arbol de Piedra. Não se pode mais subir nela porque está caindo. Está dentro de uma reserva nacional (para a qual pagamos 150B). A Arbol de Piedra e as rochas ao redor são formadas de lava vulcânica. As formações foram construídas pela erosão do vento que está sempre por volta de 50Km/h. Eu beijei um sapo de pedra mas nada de príncipe… rsrs

Salar de Uyuni – Reserva Nacional – Arbol de Piedra – Ana, Fabinho e Livia fazendo a dança do siri

Salar de Uyuni – Reserva Nacional – Livia beijando um sapão

♦ Enfim, chegamos ao ponto alto do dia e eu diria do passeio inteiro: a Laguna Colorada! Ela é absolutamente impressionante. As fotos (dessa fotógrafa fraquinha) não conseguiram captar sua cor e beleza estonteantes. Ela é super vermelha! Tem um pouco de bórax, o que dá as nuances brancas. O vermelho se deve a algas que sobem à superfície pelo vento e brilham no sol. Existem 2 tipos de flamingos que cobrem quase toda a sua superfície: os chilenos que possuem a cauda negra e os andinos. Eles dormem em 1 pé só (como as garças) e só colocam 1 ovo por ano. Caminhamos ao redor da lagoa e subimos a um mirante pra descobrir que a lagoa continua pro outro lado e é ainda mais linda lá. Sentamos por quase 1h pra admirar a paisagem. Incrível!

Salar de Uyuni – Laguna Colorada – flamingos e um pouco de bórax nas margens

Salar de Uyuni – Laguna Colorada – vista do mirador – outro lado – maravilhoso

♦ Dali fomos pro nosso alojamento. Absolutamente mais simples e frio. Um quarto para todo o grupo e 1 banheiro unissex para todo o hotel… sem chuveiro. Se quiséssemos tomar banho, havia do lado de fora uma tina com água ao natural e um baldinho. Nem precisa dizer que alegamos não ter suado e nada de banho, né? Lanchamos e jantamos e ficamos batendo papo com nossos companheiros de viagem, o francês e a argentina. De noite, a temperatura estava abaixo de zero e foi o maior frio que passei na vida! Não havia calefação: eu estava com 1 blusa de manga comprida + 1 casaco quentinho + meia-calça grossa + calça jeans + meia de lã + luvas (me arrependi de ter deixado os outros 2 pares de luvas em La Paz) + um monte de cobertores + o lençol que eu levei… e eu tremia de frio. Ao longo da noite, eu até consegui estabilizar a temperatura e dormir. Brrrrr